MENINO
BANANA
Lá vem ele descendo a
ladeira, subindo a viela.
Empurrando contente, um
carrinho bacana.
Vestindo com orgulho,
aquela roupinha amarela.
Com muita simpatia, ele é o
“Menino Banana”.
Carrinho-de-mão todo
enfeitado.
Cantando e gritando com muita
bondade.
Camisa do Brasil, muito
desengonçado.
Fazendo a alegria de toda
cidade.
Vendendo banana graúda,
amarelinha.
Uma por doze? Não! Doze por
um.
Cacho de banana, não tem
mais nenhum.
Ao ouvir de longe gritando:
“Olha a banana! Olha a banana”.
Lá vem dona Maria correndo,
bufando:
_ Menino Banana! Menino
Banana!
Me dê duas pencas que eu
estou precisando.
Vou fazer uma torta,
quentinha, macia,
Aquela gostosa que você
sabe que eu faço.
Volte mais tarde sem este
carrinho
Será o primeiro a comer um
pedaço
O Menino Banana com mais
nada se importa
Pois dona Maria, lhe
prometera uma torta.
Ao virar a esquina, lá vem
seu João:
_ Menino Banana tem troco
pra cinco?
_ Tenho pra cinco, pra dez e
até pra um milhão.
_ Eu quero três pencas,
duas pra mim a outra é surpresa.
_ As melhores e mais
saborosas, aqui estão.
_ Essa é pra você, Menino
Banana, comer de sobremesa.
Contente lá vai o menino a
sorrir
Pois ganhara bananas, sem
ao menos pedir.
Sentado num banco de
madeira, em um canto da praça,
Chegou a melhor hora do
dia.
Embora muita alegria, na
vida do menino se passa.
Melhor do que essa não mais
existia.
Debaixo de uma árvore
bonita e frondosa
Não se engane, não é um
acaso!
De maneira ordeira e
silenciosa
Naquela hora do dia sem
nenhum atraso
Pega uma banana sem a
descascar
Poe sobre o banco, no canto
de lá
Olha pra cima e finge não
ver
Algo na árvore começa a
mexer
Vira para o lado como quem
ignora
Está ansioso, pois não vê a
hora
Mexe um galho , mexe o
outro
Para um pouquinho pra ver
no que dá
O menino quietinho, nem
pisca o olho
Uma doce canção começa
assobiar
De galho em galho começa a
pular
Desce no banco onde a fruta
está
Pega a banana bem de
fininho
E volta pra árvore
devagarinho
O Menino Banana todo
contente
Poe a mão no ombro e chama
o amigo
Desce o macaco esperto, mas
inocente.
Segurando a banana. É o
Mico Tico
Os dois são amigos de todas
as horas
O menino lhe dá uma banana
e lhe faz um afago
O mico retribui o carinho e
vai embora
Quem é o Mico Tico? Em
outro tempo te falo.
Menino Banana pega o
carinho e segue o caminho
Ainda tem banana para
vender
“Olha a banana, olha a
banana!” grita o menininho
Alegre, radiante, é o que
ele gosta de fazer
De dentro da venda sai seu
Joaquim
_ Me diga menino quantas
pencas tu tens?
Pois nessas bananas e vou
dar um fim
_ Ainda tem nove. _ Não
mintas eu vejo dez.
_ Verdade. Mais uma é
minha, presente de seu João
_ Faz as nove por oito para
terminar?
_ Faço sim. Só não vendo o
carrinho-de-mão
Amanhã bem cedinho vou
continuar
Já indo embora sem olhar
para traz
“Menino Banana, Menino
Banana!” Ele ouve chamar.
_ Eu quero uma penca
madura, fresquinha
_ Desculpe, dona Ana, eu
não tenho mais.
Mais como vieste de longe
buscar
Essa minha penca vou lhe
presentear
Leve e faça, dona Ana, bom
aproveito
Nela nem um centavo eu irei
cobrar
Carrinho vazio, pra casa
ele volta
Ter muitos amigos tudo o
que sempre quis
Pensando, é claro, na
deliciosa torta
E em ter feito mais uma
pessoa feliz
Agora eu pergunto a você
que é bacana
Faça as contas não pode
errar
Quantas pencas tinha o
Menino Banana?
Eu dou um abraço em quem
acertar.
JJ Oliveira
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