quinta-feira, 23 de julho de 2015

MENINO BANANA



MENINO BANANA

Lá vem ele descendo a ladeira, subindo a viela.
Empurrando contente, um carrinho bacana.
Vestindo com orgulho, aquela roupinha amarela.
Com muita simpatia, ele é o “Menino Banana”.

Carrinho-de-mão todo enfeitado.
Cantando e gritando com muita bondade.
Camisa do Brasil, muito desengonçado.
Fazendo a alegria de toda cidade.

Vendendo banana graúda, amarelinha.
Uma por doze? Não! Doze por um.

Quando sai, o carrinho está cheio, quando volta alguém adivinha?
Cacho de banana, não tem mais nenhum.

Ao ouvir de longe gritando: “Olha a banana! Olha a banana”.
Lá vem dona Maria correndo, bufando:
_ Menino Banana! Menino Banana!
Me dê duas pencas que eu estou precisando.
Vou fazer uma torta, quentinha, macia,
Aquela gostosa que você sabe que eu faço.
Volte mais tarde sem este carrinho
Será o primeiro a comer um pedaço

O Menino Banana com mais nada se importa
Pois dona Maria, lhe prometera uma torta.

Ao virar a esquina, lá vem seu João:
_ Menino Banana tem troco pra cinco?
_ Tenho pra cinco, pra dez e até pra um milhão.
_ Eu quero três pencas, duas pra mim a outra é surpresa.
_ As melhores e mais saborosas, aqui estão.
_ Essa é pra você, Menino Banana, comer de sobremesa.

Contente lá vai o menino a sorrir
Pois ganhara bananas, sem ao menos pedir.

Sentado num banco de madeira, em um canto da praça,
Chegou a melhor hora do dia.
Embora muita alegria, na vida do menino se passa.
Melhor do que essa não mais existia.

Debaixo de uma árvore bonita e frondosa
Não se engane, não é um acaso!
De maneira ordeira e silenciosa
Naquela hora do dia sem nenhum atraso

Pega uma banana sem a descascar
Poe sobre o banco, no canto de lá
Olha pra cima e finge não ver
Algo na árvore começa a mexer
Vira para o lado como quem ignora
Está ansioso, pois não vê a hora

Mexe um galho , mexe o outro
Para um pouquinho pra ver no que dá
O menino quietinho, nem pisca o olho
Uma doce canção começa assobiar

De galho em galho começa a pular
Desce no banco onde a fruta está
Pega a banana bem de fininho
E volta pra árvore devagarinho

O Menino Banana todo contente
Poe a mão no ombro e chama o amigo
Desce o macaco esperto, mas inocente.
Segurando a banana. É o Mico Tico

Os dois são amigos de todas as horas
O menino lhe dá uma banana e lhe faz um afago
O mico retribui o carinho e vai embora
Quem é o Mico Tico? Em outro tempo te falo.

Menino Banana pega o carinho e segue o caminho
Ainda tem banana para vender
“Olha a banana, olha a banana!” grita o menininho
Alegre, radiante, é o que ele gosta de fazer

De dentro da venda sai seu Joaquim
_ Me diga menino quantas pencas tu tens?
Pois nessas bananas e vou dar um fim
_ Ainda tem nove. _ Não mintas eu vejo dez.
_ Verdade. Mais uma é minha, presente de seu João
_ Faz as nove por oito para terminar?
_ Faço sim. Só não vendo o carrinho-de-mão
Amanhã bem cedinho vou continuar

Já indo embora sem olhar para traz
“Menino Banana, Menino Banana!” Ele ouve chamar.
_ Eu quero uma penca madura, fresquinha
_ Desculpe, dona Ana, eu não tenho mais.
Mais como vieste de longe buscar
Essa minha penca vou lhe presentear
Leve e faça, dona Ana, bom aproveito
Nela nem um centavo eu irei cobrar

Carrinho vazio, pra casa ele volta
Ter muitos amigos tudo o que sempre quis
Pensando, é claro, na deliciosa torta
E em ter feito mais uma pessoa feliz

Agora eu pergunto a você que é bacana
Faça as contas não pode errar
Quantas pencas tinha o Menino Banana?
Eu dou um abraço em quem acertar.

JJ Oliveira

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